sexta-feira, setembro 07, 2007

«África Today» despede jornalista após greve de seis dias

No Sindicato dos Jornalistas: Um jornalista ao serviço da Revista "África Today" foi despedido, a 3 de Setembro, no âmbito de um processo que segundo o Sindicato dos Jornalistas (SJ) configura uma forma de retaliação pela greve de seis dias cumprida pelos jornalistas em defesa de direitos laborais. Em comunicado divulgado hoje, 7 de Setembro, o SJ contesta a alegação da Xangai Editora, proprietária da Revista, de que o jornalista dispensado era um mero colaborador, e manifesta o seu receio quanto à possibilidade de outros despedimentos, dada a situação de precariedade em que se encontram os restantes jornalistas ao serviço da empresa.

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

SJ SOLIDÁRIO COM JORNALISTAS DA "AFRICA TODAY"

1. A Gerência da Xangai Editora, proprietária da Revista "Africa Today", despediu sumariamente, no passado dia 3, um jornalista da redacção daquela revista, alegando que se tratava de um mero colaborador. A verdade é que o trabalhador agora dispensado prestava a sua actividade à empresa de forma subordinada, sujeito às mesmas obrigações dos restantes jornalistas do quadro, pelo que a sua dispensa constitui um despedimento arbitrário.

2. Este despedimento foi decidido dois dias após os jornalistas da revista terem terminado uma greve de seis dias desencadeada em defesa de um conjunto de direitos laborais e um dia após a realização de uma reunião que mantiveram, a seu pedido, com representantes da empresa para tentar sanar divergências e encontrar uma solução negociada para os problemas que afectam a sua relação de trabalho.

3. Em vez de se preocupar em criar condições que estimulem um melhor desempenho dos seus trabalhadores, a Empresa parece ter entrado num processo de retaliação pela "ousadia" dos jornalistas de levar a cabo uma forma de luta que um representante da mesma considerou "um meio de pressão intolerável".

4. Por isso, teme-se que venham a ser despedidos os restantes jornalistas, com a não renovação dos contratos a termo certo, situação de precariedade em que todos se encontram e que SJ contesta, considerando que o termo imposto não é válido e que de todos eles já trabalhavam antes na empresa, o que determina que os seus contratos se devem considerar sem termo.

5. O SJ denuncia este caso que se insere no vasto conjunto de situações de precariedade na profissão, cujos efeitos se repetem: trabalho sem direitos, insegurança no emprego e visam impedir que os trabalhadores reclamem os seus legítimos direitos.

6. O SJ manifesta a sua solidariedade e disponibiliza todo o seu apoio ao jornalista agora despedido bem como aos restantes jornalistas da "Africa Today".

Lisboa, 7 de Setembro de 2007
A Direcção

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda não perceberam que a Africa Today é gerida por uma senhora doutora com mais escola da vida do que pensam