quarta-feira, outubro 04, 2006

A Morte fotografada

Lisboa recebe, de 3 a 28 de Outubro, no Museu da Água, uma das mais polémicas exposições fotográficas apresentadas nos últimos anos na europa.

O fotógrafo alemão Walter Schels e a jornalista Beate Lakotta acompanharam cerca de 24 doentes terminais nos seus últimos momentos de vida. Percorrendo diversos hospitais, onde durante semanas viveram de perto a dor de quem sabe que o fim está perto, surge a exposição Amor-te. Um conjunto de 44 fotografias, a preto e branco, fixam dois momentos de cada doente terminal: uma fotografia ainda em vida e outra logo após a morte.

A exposição AMOR-TE conta-nos as experiências, os medos e as esperanças daquelas pessoas, cujo comovente testemunho permanecerá para sempre através das fotografias de Walter Schels e dos textos da jornalista da revista Der Spiegel, Beate Lakotta.

Esta exposição obriga-nos a confrontar-nos com a dor de um final, com a nossa mortalidade. Se na velhice, esse confronto se torna menos doloroso, quando nos deparamos com a morte de uma criança de 17 meses, tudo é questionado.

A última fotografia, já depois de mortos, é quase como um último suspiro que fica suspenso para sempre num espaço e tempo inomináveis.
Uma exposição sobre a morte, cujo apelo é a vida.
Todos os visitantes da exposição Amor-te estão a contribuir para a AMARA - Associação pela Dignidade na Vida e na Morte, que tem como objectivo ajudar pessoas em fase terminal e os seus familiares.

http://www.exposicaoamor-te.blogspot.com
http://amor-te.com

1 comentário:

ovelhamansa disse...

Já vi alguas dessas fotos numa revista do DN. Até tive medo de virar a página! É preciso ter estômago para planos tão aproximados da morte. A mim, talvez pela recente morte do meu avô, sensibilizou-me bastante.
Mas a qualidade do trabalho fotográfico é excelente. Raquel